Gemini South captura imagem impressionante da nebulosa da borboleta

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O telescópio Gemini Sul, no Chile, divulgou uma nova imagem de tirar o fôlego da Nebulosa da Borboleta (NGC 6302), uma estrela moribunda que liberta as suas camadas exteriores numa espectacular exibição de fogos de artifício cósmicos. A imagem foi selecionada por estudantes no Chile como parte de um concurso que comemora o 25º aniversário do Observatório Internacional Gemini.

Uma despedida estelar: O que é a nebulosa da borboleta?

Localizada a cerca de 2.417 anos-luz de distância, na constelação do Escorpião, a NGC 6302 é uma nebulosa planetária – uma concha brilhante de gás ionizado expelida por uma estrela massiva que se aproxima do fim da sua vida. Os primeiros astrônomos as chamaram de “nebulosas planetárias” porque, através dos primeiros telescópios, elas se assemelhavam a planetas na aparência.

A distinta forma de borboleta da nebulosa estende-se por dois anos-luz, aproximadamente metade da distância entre o nosso Sol e Proxima Centauri. Esta formação não é acidental: os estágios finais da estrela foram turbulentos.

A História Violenta da Nebulosa

Antes de se tornar uma anã branca, a estrela era uma gigante vermelha com um diâmetro 1.000 vezes maior que o do nosso Sol. À medida que envelhecia, primeiro libertou gás lentamente do seu equador, formando uma estrutura em forma de donut ainda visível hoje. Depois, uma violenta explosão de vento estelar rasgou o material expelido a mais de 3 milhões de km/h (1,8 milhões de mph), moldando as asas bipolares da nebulosa.

Estas interações entre gases rápidos e lentos criaram a textura única da nebulosa. A estrela central, agora uma anã branca, emite radiação intensa que aquece as “asas” a mais de 20.000 graus Celsius (35.000 Fahrenheit), fazendo-as brilhar intensamente.

Uma composição colorida

A imagem revela tons vibrantes de vermelho e azul. O vermelho traça o hidrogênio energizado, enquanto o azul mostra o oxigênio energizado. A nebulosa contém outros elementos como nitrogênio, enxofre e ferro, que contribuem para a matéria-prima para a futura formação de estrelas e planetas.

Por que isso é importante

A Nebulosa da Borboleta é mais do que apenas uma imagem bonita. Mostra como as estrelas evoluem e morrem, ejetando material que acabará por semear a próxima geração de estruturas cósmicas. Estudar nebulosas como esta ajuda os astrônomos a compreender o ciclo de vida das estrelas e os processos que moldam o universo. A história da descoberta da nebulosa remonta pelo menos a 1826, com observações modernas confirmando as suas propriedades extremas, incluindo uma anã branca central com temperatura superior a 250.000 graus Celsius (450.000 Fahrenheit).

A imagem de alta resolução do telescópio Gemini South fornece dados inestimáveis ​​para pesquisas em andamento sobre a evolução estelar. A escolha deste alvo pelos estudantes destaca o compromisso do observatório em envolver a próxima geração de cientistas na descoberta astronómica.